
30 julho, 2007
29 julho, 2007
Diferença entre Orogênese e Epirogênese
http://br.answers.yahoo.com/question/index?qid=20061005145233AAVJU9a
Introdução ao processo de formação do relevo
Já vimos nas aulas anteriores os processos que formaram a terra, os movimentos do nosso planeta e suas conseqüências e mais recentemente que a relação entre forças endógenas e exógenas(processos internos e externos) são responsáveis diretas pela formação do relevo.
Nas próximas postagens vamos relembrar estes assuntos mais detalhadamente.
Começamos então recapitulando que durante esse processo de formação do relevo podem surgir falhas tectônicas, que se originam tanto nos processos de soerguimento como nos de dobramento da borda dos continentes ( clique aqui para assistir os videos). Nas áreas mais frágeis, pode surgir o vulcanismo, quando ocorrem intrusões magmáticas que atingem a superfície da litosfera lançando lavas incandescentes, blocos de rochas, gases e cinzas.
A litosfera é formada por grupos de rochas que oferecem diferentes níveis de resistência aos processos erosivos. Esse é um fator determinante para a formação do relevo, pois age em sua estruturação e esculturação.
Os tipos de rochas
As rochas são agregados minerais com diferentes densidades e texturas, sendo divididas em três grandes grupos:
• as magmáticas ou ígneas, que resultam da solidificação do magma. São, portanto, consideradas rochas primárias. Algumas dessas rochas se solidificam antes de chegarem à superfície: são as rochas magmáticas intrusivas (como o granito e o diabásio).Quando atingem a superfície, elas oferecem grande resistência aos processos erosivos, servindo de sustentá-culo de formas de relevo. No Brasil, encontramos esses "maciços" em Poços de Caldas no estado de Minas Gerais; na ilha de São Sebastião, no estado de São Paulo; ou ainda, em Itatiaia no estado do Rio de Janeiro.
As rochas magmáticas que se solidificam no exterior da superfície (como o basalto), apresentam resfriamento relativamente rápido.Como o derramamento de magma é intermitente, vão se formando camadas de estratificação. Essas rochas vulcânicas apresentam menor resistência aos desgastes erosivos. No Brasil, principalmente na porção centro-sul do território, a decomposição dessas rochas formou o solo mais fértil do país, a terra roxa.
• as rochas sedimentares são consideradas secundárias por se originarem de outras rochas, por isso ocupam extensas áreas da superfície terrestre. São geradas por detritos inorgânicos e orgânicos de idades geológicas diferentes. A decomposição desses detritos forma as bacias sedimentares, que apresentam em suas
bordas camadas inclinadas horizontalmente, como as cuestas e os morros com topos planos e vertentes es-carpadas.
As alterações das rochas fazem parte dos processos exógenos e suas transformações químicas e físicas, denominam-se intemperismo. O calor solar, a ação físico-química da água em seus estados líquido,físico e gaso-so e as alterações de temperatura são fenômenos responsáveis pelo intemperismo. Assim,as chuvas, os rios, a umidade,as geleiras agem na esculturação do relevo.
Essas transformações, que ocorrem em tempo geológico, originam as erosões. O material erodido é escoado superficialmente pelas águas dos rios, ou por rolamentos ou, ainda, por saltação. Nesse intenso jogo geológico, vão se formando grandes compartimentos ou unidades do relevo.
28 julho, 2007
O ciclo das rochas

A idéia da Terra como um sistema ainda não havia sido proposta quando o escocês James Hutton descreveu o ciclo das rochas em uma apresentação oral em 1785, na Sociedade Real de Edinnburgo. Dez anos depois, ele apresentou o ciclo em maior detalhe em seu livro Teoria da Terra, com provas e ilustrações.
Como geralmente acontece na história da ciência, outros cientistas tanto da Inglaterra como do continente europeu também reconheceram os elementos da natureza cíclica da mudança geológica. O papel de Hutton foi o de sintetizar isso: ele apresentou o grande cenário que nos possibilitou entender o processo.
Daremos atenção aqui a um ciclo em particular, reconhecendo que esses ciclos variam com o tempo e com o lugar.
Começaremos com um magma na profundeza da Terra, onde as temperaturas e as pressões são altas o suficiente para fundir qualquer tipo de rocha: ígnea, metamórfica ou sedimentar (Ciclo das rochas I). Hutton chamou a fusão das rochas na profundeza da crosta de episódio plutônico, em referência a Plutão, o deus romano do mundo subterrâneo. Agora, referimos todas as intrusões ígneas como rochas plutônicas, enquanto as extrusivas são conhecidas como rochas vulcânicas. Quando uma rocha pré-existente se funde, todos os seus componentes minerais são destruídos e seus elementos químicos são homogeneizados, resultando em um líquido aquecido. À medida que o magma esfria, cristais de novos minerais crescem e formam novas rochas ígneas. A fusão e a formação de rochas ígneas ocorrem preferencialmente ao longo das bordas colisionais ou divergentes das placas tectônicas, bem como em plumas mantélicas.
O ciclo começa com a subducção ( lembre-se da formação da cordilheira dos andes) de uma placa oceânica em uma placa continental. As rochas ígneas que se formam nas bordas onde as placas colidem, juntamente com as rochas sedimentares e metamórficas associadas, são então soerguidas para formar uma cadeia de montanhas à medida que uma secção de crosta terrestre dobra-se e deforma-se. Os geólogos chamam esse processo, o qual inicia com a colisão de placas e finaliza com a formação de montanhas, de orogenia. Após o soerguimento, as rochas da crosta que recobrem as rochas ígneas soerguidas são vagarosamente meteorizadas. O intemperismo cria um material desagregado, que, então, a erosão espalha para longe, expondo a rocha ígnea à superfície.
As rochas ígneas assim expostas sofrem intemperismo e mudanças químicas ocorrem em alguns minerais. Os minerais de ferro, por exemplo, podem "enferrujar"( como na praia da ferrugem em Garopaba - SC) para formar óxidos. Os minerais de alta temperatura, como os feldspatos, podem tornar-se minerais argilosos de baixa temperatura. Os minerais, como o piroxênio, podem dissolver-se completamente à medida que as chuvas caem sobre eles. O intemperismo das rochas ígneas produz novamente vários tamanhos e tipos de detritos de rochas e material dissolvido, que são carregados pela erosão. Alguns desses materiais são transportados no terreno pela água e pelo vento. Muitos dos detritos são transportados pelos córregos para os rios e, por fim, para o oceano. No oceano, os detritos são depositados como camadas de areia, silte e outros sedimentos formados a partir de material dissolvido, tal como o carbonato de cálcio das conchas.
Os sedimentos depositados no mar, assim como aqueles depositados no continente pela água e pelo vento, são soterrados por sucessivas camadas de sedimentos, onde litificam vagarosamente para formar as rochas sedimentares. O soterramento é acompanhado de subsidência - uma depressão ou afundamento da crosta terrestre. Enquanto a subsidência continua, camadas adicionais de sedimentos vão sendo acumuladas.
Em alguns casos - por exemplo, ao longo das margens ativas das placas tectônicas, a subducção força as rochas sedimentares a descerem progressivamente a maiores profundidades. À medida que a rocha sedimentar litificada é soterrada a profundidades maiores da crosta, fica mais quente. Quando a profundidade excede a l0 km e as temperaturas ficam maiores que 300°C, os minerais da rocha ainda sólida começam a se transformar em novos minerais, os quais são mais estáveis nas altas temperaturas e pressões das partes mais profundas da crosta. O processo que transforma as rochas sedimentares em rochas rnetamórficas é o metamorfismo. Com mais calor, as rochas podem fundir-se e formar um novo magma, a partir do qual as rochas ígneas irão cristalizar, recomeçando o ciclo.
Como visto anteriormente, essa série de processos é apenas uma variação entre muitas que podem ocorrer no ciclo das rochas. Qualquer rocha - metamórfica, sedimentar ou ígnea pode ser soerguida durante uma orogênese e meteorizada e erodida para formar novos sedimentos. Certos estágios podem ser omitidos, por exemplo: quando uma rocha sedimentar é soerguida e paulatinamente erodida, o metamorfismo e a fusão não acontecem. Os estágios podem, também, estar fora de seqüência, como no caso de uma rocha ígnea formada no interior que é metamorfizada depois de ser soerguida. Também, como sabemos das sondagens profundas, certas rochas ígneas, localizadas a muitos quilômetros de profundidade na crosta, podem nunca ser soerguidas ou expostas ao intemperismo e à erosão.
O ciclo das rochas nunca tem fim. Está sempre operando em diferentes estágios em várias partes do mundo, formando e erodindo montanhas em um lugar e depositando e soterrando sedimentos em outro. As rochas que compõem a Terra sólida são recicladas continuamente, mas só podemos ver as partes do ciclo que ocorrem na superfície e, portanto, devemos deduzir a reciclagem da crosta profunda e do manto por evidências indiretas.
Um processo que os geólogos não percebiam no tempo de Hutton é o intemperismo do fundo oceânico ou o metassomatismo, o qual foi reconhecido apenas após a descoberta da tectônica de placas. Os processos envolvem mudanças químicas entre a água do mar e o fundo submarino nas cadeias mesoceânicas. Esse processo suplementa de forma significativa o retorno de elementos importantes para o interior da Terra, que é causado pelo intemperismo comum de superfície. Se o metassomatismo do fundo submarino não ocorresse, as composições químicas do oceano e da atmosfera seriam bem diferentes.
Unidades do Relevo Brasileiro (parte1)

A - As unidades dos planaltos brasileiros
É comum ouvirmos que o planalto é um lugar plano e alto. Não é bem assim, na realidade os estudos mais recentes indicam que o planalto é um compartimento de relevo que possui superfície irregular a uma altitude superior a 300 metros, onde os processos erosivos são predominantes, e não os de sedimentação. Como ilustrado no mapa 1, vemos que no Brasil os planaltos são divididos em quatro grupos.
Os planaltos em bacias sedimentares se caracterizam por terem quase toda extensão circundada por depressões periféricas. Nessas zonas de contato entre os planaltos e as depressões, ocorrem os relevos escarpados denominados cuestas.

O Planalto da Amazônia oriental (localizado com o número 1 no mapa) acompanha o curso médio do Rio Amazonas até sua foz, não apresentando elevadas altitudes. Em seu limite norte, as altitudes estão em torno de 400m, enquanto ao sul chegam a ultrapassar os 300m. Observe o perfil topográfico1 da região na figura 2 abaixo:


Ocupando grande parte do centro-sul do país, os Planaltos e Chapadas da Bacia do Paraná apresentam vasta área formada por rochas vulcânicas, que resultam na formação dos solos de terra roxa. Desde o Rio Grande do Sul até o estado de Goiás, notamos a presença das áreas com grande potencial agrícola. Esses planaltos acompanham os afluentes do rio Paraná e chegam a atingir cerca de 1000 metros de altitude. Destaca-se, no Mato Grosso, a Chapada dos Guimarães(foto abaixo à direita).